Foto: Charles Guerra (Diário)
A campanha para cobrar a duplicação da RSC-287, entre Santa Maria e Tabaí, liderada pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism) e pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul, começou agora e precisa ganhar o apoio maciço de mais entidades, empresas, instituições, prefeitos, vereadores e da população em geral - e não só das cidades no entorno da rodovia, mas também daquelas um pouco mais distantes, mas que dependem da 287. Em lutas como essas, não pode haver disputa de egos, mas união e união. Quanto mais pessoas e entidades se mobilizarem, mais forte se tornará o movimento e todos sairão ganhando. As entidades cobrarão a duplicação dos candidatos a governador.
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Pelo que aponta o estudo do Plano Estadual de Logística de Transportes do Rio Grande do Sul (Pelt-RS), o trecho de 77 km entre Santa Cruz do Sul e Tabaí entrará em colapso se não for duplicado até 2024. Já os 132 km entre Santa Cruz e Santa Maria suportarão o tráfego atual até 2039, segundo as estimativas dos técnicos. Portanto, me parece mais lógico que haja união de todos (e inclusive de Santa Maria e região) para cobrar que, antes, seja duplicado esse trecho entre Santa Cruz e Tabaí e também a Faixa Nova de Camobi, que já está saturada. Primeiro, porque tecnicamente faz mais sentido e há mais necessidade, já que o tráfego é mais intenso nesses trechos. Em segundo lugar, porque ao duplicar de Santa Cruz a Tabaí, não só a região de Santa Cruz será beneficiada, mas todos que usam a rodovia - inclusive os motoristas santa-marienses e do Centro do Estado que precisam ir à Capital. E se Santa Maria e região apoiarem isso, depois Santa Cruz e região terão de retribuir e seguir cobrando a duplicação do restante da estrada.
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Seria fundamental que, enquanto se duplica entre Santa Cruz e Tabaí, houvesse também melhorias significativas no trecho entre Santa Maria e Santa Cruz, pois ainda há muitas partes em péssimo estado. Além de recuperação do asfalto e da sinalização, seria importante a construção de terceiras faixas para facilitar ultrapassagens - de preferência, obras que já pudessem ser aproveitadas em futura duplicação. É preciso duplicar para reduzir o número de mortes e feridos nessa rodovia.
CUSTO DE R$ 1,5 BILHÃO
Como foi adiada para novembro a divulgação do estudo da alemã KPMG sobre o projeto de duplicação e concessão da RSC-287, a decisão sobre abrir licitação e instalar pedágios ou não ficará para o próximo governo. Como a duplicação dos 209 km entre Santa Maria e Tabaí é estimada em R$ 1,5 bilhão (R$ 536 milhões de Santa Cruz a Tabaí e quase R$ 1 bilhão daqui até Santa Cruz), considero quase impossível que o Estado tenha verbas próprias para tocar a obra. Portanto, para ser realista, a chance mais provável de um dia essa duplicação sair do papel é com a instalação de pedágios. Mas se o futuro governador não concordar com isso, a duplicação da 287 terá dificuldades para sair do papel. A menos que o futuro governador tire um coelho da cartola e faça mágica.